Um movimento de luta pela Paz Mundial, a defesa dos Direitos Humanos e a proteção do Meio Ambiente.

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

 

Bolsonaristas preparavam auto atentado no 07 de setembro para culpar a esquerda, gerar o caos nacional e adiar as eleições.

 Por ELIZE MELLONI e KHATARINA GARCIA

 Grupos de Extrema-Direita vinculados a células bolsonaristas e grupos neonazistas estariam armando atentados para culpar a esquerda, tornar Bolsonaro vítima e adiar as eleições.

 

AGNOT 02/08/22: - EM e KG – Segundo informações que circulam nos meios dos próprios órgãos de inteligência e segurança do governo e descoberto por estes através de um telefonema anônimo de militantes da esquerda infiltrados dentro de grupos de extrema direita, os serviços de inteligência da Polícia Federal, da Agência Brasileira de Inteligência e das próprias Forças Armadas, conforme comprovaram, continuam investigando uma possível ação de grupos bolsonaristas, de extrema-direita e de caráter nazista, objetivando praticar um auto atentado no dia 07 de setembro próximo que se desenrolariam em três atos: o primeiro num possível "atentado" ao presidente Jair Bolsonaro, que estaria super protegido mas seria atingido por algum artefato que não lhe faria nenhum mal, mas para passar a impressão de um atentado e lhe tornar vitima, tal como aconteceu com a facada suspeita nas eleições passadas; segundo um atentado aos militares durante o desfile militar para gerar revolta nos quartéis e estes se unirem em torno da figura do presidente e apoiar um golpe; e terceiro um outro atentado desta vez contra civis para geral uma comoção social e apoio ao presidente, uma vez que os atentados seriam  creditado a setores da esquerda, especialmente a militantes do PT, PCdoB, PSOL,  PSB e ao PCO

Diversos órgão da imprensa comentaram a descoberta da conspiração bolsonarista.

O Site 247 citando a Veja, diz que “a suspeita é de que radicais ataquem os próprios bolsonaristas, em uma tentativa de culpar a esquerda e gerar pânico para mudar os rumos da eleição." O jornalista Matheus Leitão, em artigo publicado no portal Veja, informa sobre um possível auto atentado articulado por bolsonaristas para tentar criar um factoide contra o PT.

O jornalista Cesar Calejon, em artigo publicado hoje em vários órgãos de imprensa do país escreve que: “a crescente possibilidade de um ato desesperado por parte do bolsonarismo, pode se materializar por meio de um auto atentado a ser perpetrado durante as próximas semanas, mas, principalmente, no dia 7 de setembro, o que traria uma carga simbólica enorme e teria o potencial de sensibilizar parte expressiva da nação com o intuito de criminalizar o PT e os partidos à esquerda no espectro político e ideológico”. 

Diz ele ainda que “Hoje, o jornalista Matheus Leitão, em texto publicado no portal Veja, abordou essa questão. Segundo o jornalista, “(...) órgãos de inteligência estão investigando uma suspeita de ataques ao 7 de setembro com viés golpista – e o intuito de criar um factoide político para mudar o curso da eleição de 2022 – envolvendo grupo radicais de direita. (...) O ato criminoso seria realizado para ferir os próprios bolsonaristas, gerar pânico na sociedade e, em seguida, colocar a culpa na esquerda. A suspeita foi confirmada por dois oficiais desses órgãos de inteligência à coluna, com longo serviço prestado ao país, mas sem nenhum viés ideológico”.

De diferentes formas, narrativas golpistas elaboradas com base em factoides fazem parte da tradição política do Brasil. Aconteceu em 1937 (Plano Cohen), em 1964 (Golpe Militar), em 1989 (caso do sequestro Abílio Diniz), em 2016 (Lava Jato) e em muitas outras ocasiões. Neste contexto, esvaziar a possibilidade de um auto golpe do bolsonarismo é a mais urgente e importante tarefa do campo progressista ao longo das próximas semanas”.

Outras informações estão sob sigilo dos órgãos de segurança que já identificaram alguns dos prováveis terroristas de extrema direita e aguardam o momento certa para prende-los.

Uma fonte segura que falou sob condição do anonimato ligada aos serviços militares de Contrainteligência garantiram que “a sociedade está atenta ao desenrolar dos acontecimentos, mas isso são ações que dificilmente chegam ao seu conhecimento e nem devem ser debatidas em público, porem como estes órgãos são instituições de Estado, de caráter permanente, e não de governos, que são transitórios, seus agentes estarão de prontidão em defesa da democracia, contra qualquer atentado que pseudos donos do poder se achem no direito de fazer. Obedecemos somente a Constituição, as leis aprovadas no Congresso Nacional e cumpriremos qualquer ordem do Supremo Tribunal.” numa rara advertência ao poder Executivo e num discreto tom de recado ao Presidente da República. A fonte não quis se identificar por ser um oficial de alta patente das Forças Armadas.

Fontes ligadas a RENIC – Rede Nacional de Inteligência Cidadã, não quiseram comentar o episódio, mas existem rumores de que foram seus “agentes” infiltrados dentro de grupos de Direita que alertaram a outros “agentes” seus dentro dos órgãos de inteligência e simultaneamente repassaram a informação a imprensa para que o assunto não caísse no esquecimento e passasse a ser investigado e ao mesmo tempo chegasse ao conhecimento da opinião pública e os atentados fossem evitados. Uma fonte dos órgãos militares não confirmou, mas tambem não negou que o trabalho de coleta de informações foi da RENIC que não tem qualquer poder legal para agir e só poderia fazê-lo da forma como agiu, passando a informação a mídia e aos órgãos de inteligência através de contatos dentro da área institucional.

RENIC – O "Serviço Secreto da Esquerda".

O que é a RENIC? Quem são seus agentes e qual seu modus operandi?

RENIC é a abreviatura da Rede Nacional de Inteligência Cidadã, uma teia que forma uma ciranda de militantes de esquerda, de trabalho voluntário e de vigilância permanente dos agentes públicos e dos órgãos do governo criada após o golpe de 2016. Atua para coletar, analisar e disseminar informações colhidas contra políticos corruptos do governo Bolsonaro que precisam ser divulgadas e de interesse público e de proteção dos movimentos sociais e organizações populares que são muitas vezes perseguidos pelo governo. Não tem uma sede física e nem tem chefes. Se formam dentro de algum órgão público ou empresa mista ou privada e seguem um manual de orientação o qual somente quem pertence a rede tem acesso a ele. Tem um vasto poder de divulgação através de blogs e sites. 

Conforme um colaborador da RENIC, tambem considerado um de seus principais estrategistas ”a RENIC não tem ”infiltrados” nos órgãos públicos, dentro do governo para derruba-lo como alguns órgãos de segurança asseguram, a RENIC tem recrutados no serviço público, para bem servir ao interesse nacional e na defesa de nossa soberania que está ameaçada pelo governo fascista e entreguista de Bolsonaro”. Mais adiante afirmou tambem que: “um dos papeis da RENIC é proteger os movimentos sociais, lhes repassar informações para que possam montar suas estratégias de ação e lutas”.

Essa mesma fonte assegura que se costumou chamar os colaboradores da RENIC de “agentes” porque eles são homens e mulheres de campo, que atuam de forma reservada e secreta, para não serem reprimidos, voluntariamente, em defesa de uma causa, que é a democracia brasileira, sem receber qualquer remuneração a não ser o próprio salário já que em sua maioria são servidores públicos concursados ou ocupando DAS. Tambem comparam o governo Bolsonaro com o governo de Vichi, do Marechal Petain, na França colaboracionista.”. Por isso estão vigilantes.

Conforme ainda a mesma fonte, o modus operandi da RENIC não difere muito dos demais órgãos de inteligência institucional, apenas que aqueles são órgãos do Estado que vigiam a sociedade, e a RENIC é um serviço de voluntários e militantes da Sociedade, treinados na área de Inteligência para vigiar o Estado, "totalitário e policial o qual o Brasil de hoje vive e quer se livrar.”. Afirmou.

Por outro lado, uma das articuladoras da RENIC, da área financeira e que recolhe informações sobre sonegação de impostos e gastos presidenciais afirmou que "ainda vai estourar muitos escândalos sobre a família presidencial em breve.". Finalizou.

AGNOT 02/08/22: - EM e KG

 

 

 

 

  

 

 

 

sexta-feira, 29 de julho de 2022

 

“No governo Bolsonaro não há esperança”,

diz Vanderlei Luxemburgo ao Metrópoles

 

O ex-técnico da seleção brasileira Wanderely Luxemburgo, pré-candidato a senador da República pelo PSB no Estado do Tocantins concedeu entrevista ao METROPOLES onde faz uma análise da conjuntura brasileira, declara voto a chapa Lula-Alckmin e elogia o processo de Autorreforma do PSB. Lembra que seu sobrenome é em homenagem a Rosa Luxemburgo e diz que o Brasil tem que se ver livre de Bolsonaro para sobreviver.

A entrevista foi concedida ao jornalista Eduardo Barreto em 29/07/2022 e o JSF reproduz na integra.

Veja trechos da entrevista abaixo.

“No governo Bolsonaro não há esperança”,

diz Vanderlei Luxemburgo ao Metrópoles

Eduardo Barretto

Aos 70 anos, Vanderlei Luxemburgo tenta trocar os estádios pelo plenário do Senado em uma temporada vitoriosa pelo PSB do Tocantins. No partido de Geraldo Alckmin, vice na chapa de Lula, Luxemburgo atacou Jair Bolsonaro e avisou aos petistas que o jogo eleitoral não está ganho.

Em conversa com a coluna em Brasília, o ex-técnico pentacampeão brasileiro lembrou que seu sobrenome é uma homenagem a uma líder marxista, comparou Lula-Alckmin a Gabigol e Pedro no ataque do Flamengo e contou o que diria a Neymar para que o Brasil vença a Copa do Mundo no fim do ano.

Leia os principais trechos da entrevista.

Por que tentar uma cadeira no Senado pelo Tocantins?

Nasci no Rio de Janeiro, mas estou há 18 anos no Tocantins. No mundo globalizado, posso nascer em um estado e trabalhar em outro. Não existe isso de forasteiro. Eu poderia estar trabalhando no futebol. Sempre que um treinador cai, o meu nome é o que mais surge para substituí-lo. Acho que o estado tem muito potencial. O Tocantins é muito mal gerido, faz política de um modo equivocado. Os investidores estão afastados porque a política lá é feita com pedágio. Quatro governadores foram depostos. Nas notícias, só sai que a Polícia Federal está indo à casa de alguém. Quando o pessoal vê aqueles carros da PF, começa a sair correndo (risos). Vamos fazer um grande time e vencer.

O que pesou para se filiar ao PSB?

O PSB foi o único partido que fez uma autorreforma. Um estatuto de 60 anos precisa ser revisto. Todos os partidos antigos precisam fazer o mesmo, para entender a inclusão social e outras realidades. Essa vinda do Geraldo Alckmin para a chapa do Lula deu uma química que vai mudar muito a política. O ódio que existe na política no Brasil é um negócio de doido. A política precisa ser como num jogo de futebol: “Acabou o campeonato, parabéns, você foi o campeão”. Pessoas que foram antagônicas, como Lula e Alckmin, podem se juntar e fazer coisas boas para o país. O técnico precisa juntar os bons. É como no Flamengo, o clube do meu coração: tem o Pedro e o Gabigol que fazem gols. Como você vai deixar um de fora? Tem que juntar os dois para beneficiar o time, que na política é a população.

O senhor apoiará Lula e Alckmin, certo?

Claro, não tem como não ser. Eu sou amigo do Lula há muito tempo. Lula é carismático, sabe falar o que o povo quer ouvir. E criou na população brasileira a esperança de que as coisas podem mudar. No governo atual, não existe esperança. Conheci o Geraldo Alckmin na filiação ao PSB. A eleição tem uma tendência pró-Lula, mas o jogo não está ganho até o juiz apitar. Senão aparece no finalzinho um gol de barriga igual ao que o Renato [Gaúcho] fez contra mim em 1995 [na final do Campeonato Carioca, quando o Fluminense venceu o Flamengo por 3 a 2 no Maracanã].

Que tal o governo Bolsonaro?

Um trabalhador que ganha o salário mínimo hoje gasta uma hora de trabalho para comprar um litro de leite. Isso está bom? É surreal. Fora a possibilidade citada, a todo momento, de que nós vamos ter um retrocesso no Brasil. É muito grave. Não dá para ficar fomentando isso, colocando medo na população. O brasileiro não quer viver isso novamente. Já houve uma briga para que a ditadura mudasse para a democracia.

No futebol, o senhor já se identificava com ideais à esquerda?

Sim. Na universidade de educação física, fui presidente de diretório acadêmico. Meu avô era torneiro mecânico, presidente do sindicato dos ferroviários. Era foragido da ditadura. Foi para o mato, apossou-se de uma terra e fez uma agricultura familiar. A gente comia o que plantava e também vendia na feira de Tinguá, em Nova Iguaçu (RJ). Meu avô leu um livro da polonesa marxista Rosa Luxemburgo, que foi morta na Alemanha, e colocou na minha mãe o nome Rosa Luxemburgo. O sobrenome não existia na família, foi uma homenagem. E passou para mim. Eu achei que eu deveria entender e seguir aquilo. Alguma razão tinha. Fui estudar, mas sem radicalizar, com uma tendência à esquerda moderada.

O senhor já ganhou uma Copa América treinando a seleção brasileira. O que podemos esperar da Copa do Mundo, no fim deste ano?

O Brasil é um dos candidatos ao título, mas acho que a França está um ou dois degraus acima. O Brasil vai depender muito de como o Neymar vai encarar o campeonato. O Neymar tem que entender que esta é a Copa do Mundo dele, como foi a do Pelé em 1970.

 

29/07/2022 7:00, atualizado 29/07/2022 7:53 - Vanderlei Luxemburgo /Eduardo Barreto / Metrópoles

 

domingo, 24 de julho de 2022

  


ACILINO RIBEIRO e RAFAEL PARENTE 

PSB unido na candidatura de Rafael Parente ao GDF e MPS propõe PSB não lançar candidato ao Senado

MPS mostra unidade em torno da candidatura do PSB ao GDF e propõe apoio a candidatura de Rosilene Correa ao Senado com objetivo de fortalecer candidaturas de Lula e de Parente.

Por ELISAGELA FIGUEROA

Rebecca Fidelis, Secretária Regional do MPS DF

AGNOT – 24/07/22 - EF – Em reunião de sua Executiva Distrital no DF, ampliada com os membros das zonais e dos núcleos de base, sob coordenação da socióloga Rebecca Fidelis e com a participação do Secretário Nacional Acilino Ribeiro, o MPS – Movimento Popular Socialista, segmento social do Partido Socialista Brasileiro, de linha mais a esquerda e considerado o mais ideológico e de total predominância marxista, tanto em sua direção como em sua base social, reuniu-se nesta sexta feira, 22, e deliberou sobre estratégias políticas e táticas eleitorais de ações a serem desenvolvidas nestas eleições.

Segundo Rebecca Fidelis, Secretária Distrital do MPS DF foram debatidas as estratégias de lutas e as táticas de ações que a militância do MPS vai desenvolver para fortalecer a campanha de Lula a presidência e Parente ao Governo do Distrito Federal. Conforme ainda declarações da Secretária Distrital do MPS, Acilino oficializou a desistência de sua pré-candidatura ao GDF para apoiar Rafael Parente, de quem hoje é um dos mais próximos colaboradores, além de um dos melhores estrategistas políticos com quem ele pode contar.

Por sua vez Acilino Ribeiro, que hoje representa o PSB na Coordenação Nacional da campanha de Lula e é um dos responsáveis pela mobilização da campanha presidencial apresentou oficialmente a tese que defenderá na convenção do PSB no próximo domingo dia 31, afirmando que “já que não foi possível a união com a Federação (PT-PV-PCdoB) em torno de uma candidatura única como sempre defendi até a última hora, então o partido deve sair com candidatura própria, e  todos unidos em torno do companheiro Rafael Parente. Porem proponho não apresentar candidatura ao Senado e apoiarmos o nome da companheira Rosilene Correia, do PT”, afirmou.

Logo adiante Acilino Ribeiro explanou as razões de sua proposta afirmando: “Ao não apresentarmos candidatura ao Senado vamos, primeiro; permitir que quem já tem ou vai ter outra candidatura ao senado vote no Rafael sem a obrigação de ter que votar num outro senador nosso e tornando a ideia simpática ao eleitor que já tem seu candidato, como tambem aumentar a possibilidade de elegermos uma aliada.  Segundo vamos fortalecer a candidatura do Rafael e do Lula uma vez que os demais candidatos podem escolher o seu candidato ao senado e o nosso a presidente e dentro da esquerda ampliar o apoio ao Rafael; e terceiro vamos fortalecer a candidatura de uma companheira como a Rosilene que sempre esteve presente nas lutas populares e comunga dos mesmos ideais que nós e tal como nós é uma combativa revolucionária presente no enfrentamento ao fascismo e comprometida com a democracia, além do que comporá a base de nosso governo no Congresso Nacional no apoio a Lula e ajudará o Rafael no GDF”. Concluiu.

Após aprovado por unanimidade dos membros do Conselho Político do MPS DF, composto pelos nove (09) membros da Executiva local e dos quinze Secretários Zonais além de onze (11) coordenadores de núcleos de base (comunitário, ambiental, cultural, esportivo, idosos, população de rua, sem terras, sem tetos, dentre outros) Acilino Ribeiro e Rebecca Fidelis prometeram fazer articulações dentro do partido para aprovação da tese e encerraram a reunião pedindo a todos o maior empenho e envolvimento nas candidaturas de Lula a presidente, Rafael Parente a governador e de Rosilene a Senadora.

Considerando ainda a saída de Mariana Moura do PSB e que seria a candidata do MPS a deputada distrital foi aprovada na reunião o apoio do Segmento à candidatura da socióloga Raissa Rossiter a distrital. Quanto a candidatura a ser apoiada para deputado federal o MPS designou um Grupo Tarefa composto pela Secretária Distrital Rebecca Fidelis, a publicitária Paloma Oliveira, a jornalista Larissa Galvão, a advogada Luize Rose, todas da Executiva Distrital, a pedagoga Eva Santana, representando as 15 zonais e a líder comunitária Solange Oliveira representando os 11 núcleos de base para encaminhar essa semana o nome a ser apoiado pelo MPS. Rebecca Fidelis disse que já existem conversas a respeito mas não adiantou nomes, porem afirmou que o segmento tanto pode apresentar um candidato ainda como pode apoiar algum outro nome do partido.  

Indagada se o PSB poderia lançar o nome de Rafael Parente e ao mesmo tempo se coligar com a Federação para o Senado a Coordenadora Jurídica do MPS, Luize Rose afirmou que sim; que isso é possível juridicamente. E que o TSE já se manifestou sobre isso. Porem desconversou quando indagada se o PSB poderia lançar o Suplente de Rosilene afirmando apenas que juridicamente é possível e legal. Já a Secretária do MPS, Rebecca Fidelis disse que essa questão de nome não foi tratado na reunião, e que isso quem define isso é a Convenção Regional do partido no DF, mas que se for aprovado e o partido achar que isso fortalece a candidatura de Rafael e Lula ela pessoalmente defende o lançamento do nome do Secretário Nacional do MPS, Acilino Ribeiro como Suplente de Rosilene Correia, como tambem seria um excelente nome para vice-governador de Rafael Parente pelo Quadro Político e formador de opinião que ele é e a liderança de massa que se tornou. Em ambos os casos ajudaria muito a essas candidaturas majoritárias. E conclui dizendo que o foco agora é a candidatura e a eleição de Rafael e Lula e que tambem Acilino teria que ser consultado se aceitaria uma candidatura a vice ou suplente pois está na coordenação nacional de Lula prestando um grande serviço e não poderia desviar o foco.                 

AGNOT – 24/07/22 - EF .


   

quinta-feira, 14 de julho de 2022


Luxemburgo vai a

 Brasília, recebe apoio do PSB nacional, Alckmin e Lula e retorna a

 Palmas como

 candidato a senador.

Wanderley Luxemburgo, pré-candidato a senador e Carlos Siqueira, presidente do PSB

Por Katharina Garcia

          AGNOT – 14/07/22 – KG - Depois de dois dias em Brasília onde realizou diversas conversas e participou de várias reuniões com dirigentes nacionais do PSB, dentre outras uma reunião com o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, com o pré-candidato a vice-presidência da república Geraldo Alckmin e uma visita a CONTAG – Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais, o ex-técnico da seleção brasileira e hoje pré-candidato a senador pelo PSB no Tocantins retornou a Palmas respaldado pelo presidente nacional Carlos Siqueira e fortalecido em sua candidatura ao senado após conversas com diversos dirigentes nacionais como o ex-governador Geraldo Alckmin a quem Luxemburgo convidou para a convenção estadual do PSB que homologará sua candidatura.

            Na conversa com Carlos Siqueira de quem ouviu palavras de estimulo e total apoio a sua candidatura ao Senado Federal, Luxemburgo reafirmou sua disposição de fortalecer o Partido Socialista Brasileiro no Estado construindo-o em vários municípios durante a campanha e após esta. Durante a reunião Siqueira e Luxemburgo fizeram uma análise da conjuntura nacional e do Tocantins onde foi reafirmado pelo presidente nacional do partido o fortalecimento da coligação do PSB com o PT onde o Partido Socialista Brasileiro tem o pré-candidato a vice-presidente na pessoa do ex-governador Geraldo Alckmin, com quem Luxemburgo tambem conversou longamente durante toda manhã desta terça feira,12.


Com o pré-candidato a vice-presidente da República Geraldo Alckmin

           Geraldo Alckmin foi convidado por Luxemburgo a visitar o Estado do Tocantins durante a campanha, e ao agradecer o convite o ex-governador garantiu que durante a mesma atenderá o convite indo ao Estado para fortalecer o nome do ex-técnico da seleção ao Senado pelo PSB.

               Wanderley Luxemburgo manteve diversos outros contatos durante sua estada em Brasília tendo ainda se encontrado com o pré-candidato Luís Inácio Lula com quem conversou durante o ato político em Brasília na noite da última terça feira 12. Os dois são amigos de longa data.

               Luxemburgo encontrou-se ainda com vários outros dirigentes nacionais que manifestaram total apoio a sua pré-candidatura como o deputado Alexandre Molon, pré-candidato a senador do PSB no Rio de Janeiro, com o vice presidente da Fundação João Mangabeira e presidente do Conselho de Ética do PSB Alexandre Navarro, com Acilino Ribeiro, Secretário Nacional dos Movimentos Populares do PSB, Mari Trindade, Secretária Especial do partido e ainda com a Subsecretária Nacional do MPS Thaisa Dayane, tambem Secretária Geral da CONTAG.

                Ao visitar a CONTAG Wanderlei Luxemburgo foi recebido por toda a Diretoria da entidade com bastante entusiasmo e recebeu manifestações de carinho dos sindicalistas presentes. Ele foi acompanhado pela Secretária Geral da entidade e subsecretária dos movimentos populares do PSB Thaisa Dayane, o vice-presidente da entidade Alberto Bloch, a Secretária de Mulheres Mazé Moraes dentre outros.

Luxemburgo na CONTAG com as coordenadoras da Marcha das Margaridas

                Ao final da viagem Luxemburgo retornou entusiasmado pelas palavras do presidente nacional Carlos Siqueira e do pré-candidato a vice de Lula, Geraldo Alckmin, que garantiram o apoio necessário a mesma e recomendações de que o partido não aceite qualquer aproximação com candidaturas bolsonaristas como foi ventilado por alguns pré-candidatos a governador no Estado.

                                Dirigentes nacionais afirmaram que qualquer tentativa de aproximação do PSB com grupos ou partidos bolsonaristas no estado, como a imprensa do Tocantins tem ventilado será rechaçada pela Executiva Nacional do partido. O que fortalece o nome de Luxemburgo que rejeita qualquer aproximação com estes grupos.

               Já que o PSB nacional proíbe qualquer aproximação com grupos bolsonaristas em qualquer estado brasileiro isso prejudicará totalmente qualquer articulação do partido no Tocantins com o candidato Ozires Damaso muito próximo de Bolsonaro e que tem a simpatia do presidente da República no Estado.

                          

              Ao desembarcar nesta quarta-feira a noite,13, em Palmas, Luxemburgo foi perguntado sobre quem poderia ser o candidato a governador apoiado pelo PSB e respondeu apenas que “quem decide é a Convenção do Partido, desde que sob as orientações estratégicas partidárias nacionais e dentro dos princípios éticos e históricos do PSB”, confirmando seu alinhamento com a direção nacional.

Com Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB agradecendo o apoio ao Senador


AGNOT – 14/07/22 – KG 






 

  • NOVACULTURA.info

 "Falta de tempo" justifica uma militância  indisciplinada?


Dedicamos estas linhas aos companheiros e companheiras conscientes e lutadores que se sintam, sinceramente, frustrados com acontecimentos em suas respectivas bases de atuação política relacionados à letargia e corpo mole que constituem traço comum na militância que se reivindica socialista e comunista de nossa época. Esperamos que nossas palavras sirvam para estimular um debate sobre comportamentos extremamente nocivos típicos de nossa época, que acabam por minar um avanço maior da luta.

Quem já não participou de frentes de luta, coletivos, grupos de trabalho, propaganda e estudo cujas atividades e ações acabam sendo contidas por uma quantidade majoritária ou minoritária de membros que acabam por executar mal ou simplesmente abandonar os trabalhos políticos em razão da típica desculpa da “falta de tempo”? Quantos grupos de estudos não há por aí que sequer terminam suas bibliografias em razão do corpo mole de parte expressiva de seus participantes? Quantos casos não há de militantes que deixam de aparecer até mesmo em atividades importantíssimas, como assembleias e mobilizações de massas, pelos menores dos problemas que aparecem em suas respectivas vidas pessoais, que acabam sendo justificados pela suposta “falta de tempo” para dedicarem à vida política?

Já se tornou um truísmo falar que vivemos numa época de brutal confusão, onde atitudes tipicamente pequeno-burguesas, liberais, acabam sendo encobertas exatamente como o seu contrário. Fala-se da “falta de tempo”. Nesta esteira, transforma-se o erro em virtude. Quantos comentários não escutamos em nossos respectivos trabalhos políticos que sustentam que trabalhadores comuns jamais poderão ser militantes comunistas (ou pelo menos terão enormes dificuldades) em razão da falta de tempo que possuem para dedicar à luta política (longas jornadas de trabalho, longas horas passadas em transportes para irem ao serviço, cuidados com as famílias, etc.)? Alguns vão muito além e sustentam que os trabalhadores comuns sequer podem ter acesso à ciência Marxista, que explica as raízes e o porquê de sua opressão, não apenas por não terem tempo como também por não terem frequentado uma faculdade ou por terem tido um acesso apenas extremamente precário ao conteúdo escolar. Quantas vezes não escutamos por aí que a juventude, ao “arrumar sua vida”, ter uma casa, emprego, etc., “amadurece” e acaba por se desfazer da luta política, que aparece como sendo uma passagem como tantas outras pela vida juvenil e não como um compromisso de vida com o proletariado e o povo brasileiros? Quantas vezes não ouvimos a sandice sem tamanho que, justamente em razão da suposta falta de tempo, o militante comunista ideal não mais seria o operário ou o camponês, o favelado ou a dona de casa, mas o estudante universitário de classe média, mantido pelos pais e que em razão disso teria supostamente um vasto tempo de seu dia para dedicar à luta política, fora dos horários de aula? Quanto a isso, surgem até mesmo dezenas de “teorias” pomposas que pretendem “atualizar” o “Leninismo”, falando que o tal “modelo Leninista” de um Partido Comunista centralizado e disciplinado não mais seria possível nos dias de hoje, pois as pessoas não têm mais tempo para se dedicar à luta política e que, portanto, deveria prevalecer um “novo” entendimento de um partido com ares de “renovado” e que se adequasse aos “novos tempos”, o que na verdade apenas serve para substituir a teoria de um partido de vanguarda proletário pela de um partido liberal burguês, na melhor das hipóteses socialdemocrata.


Estes são problemas graves sobre os quais precisamos refletir seriamente.

Sobre o histórico perfil de classe do militante comunista e a inconsistência da noção de “falta de tempo”

A crise vivida pelo movimento comunista internacional desde meados da década de 1950, a partir do XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, e largamente intensificada após a queda da União Soviética no início do anos 1990, gerou um processo de confusão política nas fileiras dos que se reivindicam socialistas ou comunistas como nunca antes houvera, o que acabou por conduzir, na maioria dos países, à completa separação entre a teoria socialista e o movimento operário. Lênin dizia que o Partido Comunista, ou comunismo, é a fusão da teoria socialista com o movimento operário, e sem tal fusão, com a teoria socialista separada do movimento operário, com o segundo em condições na qual não se apropria da teoria socialista, não há como falar em comunismo. [1] Numa série de países, incluindo o Brasil, a teoria socialista deixou de ser assumida pelo movimento operário e tornou-se cada vez mais monopolizada pequena burguesia progressista, principalmente a intelectualidade acadêmica. Nas condições prevalentes do Brasil, por exemplo, o movimento operário mais atuante politicamente não é socialista, mas petista. Neste raciocínio, há um agravante: embora nunca tenha havido na História um consenso pleno quanto a isso, prevalece entre os que se reivindicam socialistas e comunistas atualmente uma controvérsia sem tamanhos sobre o que é ou não é a teoria socialista. Vivemos um quadro muito mais prolongado e muito piorado, a título de comparação, que aquele da Rússia da década de 1880, quando o grosso do movimento operário politicamente atuante tinha como ideologia sua o populismo pequeno-burguês, Narodnik, e o Marxismo estava até então sob o monopólio de círculos estudantis e intelectuais.

O que queremos dizer com isso é que se agrava um processo no qual os socialistas são intelectuais e os trabalhadores comuns, embora nas condições de nosso país não sejam em sua grande maioria anti-socialistas, têm uma relação de estranhamento com o socialismo. Por que não dizer, evidentemente, por uma questão de estranhamento de classe entre o proletariado e a classe média? Não há também, nas condições de nosso país, um processo odioso de “classemédiaização” do que se entende como “esquerda”, com toda sua arrogância, paternalismo e desprezo ao povo, sentimentos típicos da classe média, manifestando-se em sua atuação política? Como não devem ter se sentido milhares de trabalhadores comuns que poderiam ser trazidos para o campo progressista com atitudes absurdas como fizeram até mesmo companheiros que conhecemos de perto, que debocharam e tacharam de “analfabetos políticos” aqueles que votaram em Bolsonaro nas últimas eleições, ou que, do alto de seus pedestais, levaram seus “ilustrados” livros debaixo dos braços para debochar dos tais “analfabetos políticos”!

Este tal “estranhamento” é um dos aspectos da separação entre a teoria socialista e o movimento operário, e pode nos fornecer uma das pistas pelas quais o militante comunista típico não é mais a caricatura do “peão de obra” ou “peão de fábrica”, como durante o século XX, mas o estudante de classe média. Podemos concluir até então, mesmo que parcialmente, que o problema da “falta de tempo” parece assumir uma importância pouco relevante diante de graves problemas políticos.

Ainda que não o façam com má intenção, na verdade, muitos militantes que recorrem à “falta de tempo” para justificar a própria letargia, e para explicar o porquê de as massas não aderirem aos comunistas de forma geral, acabam por esconder, sim, problemas políticos muito graves. A teoria da “falta de tempo” é frágil e falsa para explicar o porquê do “corpo mole” e da não adesão ao socialismo.

Peguemos o exemplo do dirigente comunista José Duarte, um dos mais antigos membros do Partido Comunista do Brasil (PCB), que neste ingressou no ano de 1924, dois anos após sua fundação. Nascido numa aldeia de Portugal numa família pobre, veio para o Brasil ainda criança. Ele e sua família, após viverem certo período na cidade de São Paulo, instalaram-se posteriormente em Bauru, interior do estado. Desde os sete ou oito anos de idade, ajudou sua mãe nos cuidados com a lavoura que esta mantinha para poder alimentar a família e complementar o sustento de operário de seu pai. Mais ou menos nesta idade, trabalhou como cortador de lenha e carregador de sacas de café. Com apenas doze anos de idade, trabalhou como caseiro na casa de um ricaço da região, com jornadas de trabalho que não raramente chegavam a dezesseis horas por dia. Vivia então, na prática, como um semi-escravo. Numa época em que a maioria esmagadora das crianças de origem de trabalhadora não tinha o menor acesso sequer à educação, utilizava seus raros tempos livres para tentar se alfabetizar. Com quatorze anos de idade, trabalhou numa serralheria, ganhando um salário muito baixo em razão de sua pouca idade. Aos dezessete anos, arruma emprego como operário ferroviário na Ferrovia Noroeste do Brasil (NOB), enfrentando também as longuíssimas jornadas de trabalho, de quatorze a dezesseis horas, que então prevaleciam entre o proletariado brasileiro da década de 1920. Com cerca de vinte e cinco anos de idade, já estava casado com sua companheira de vida, Izabel, e era pai de duas crianças. Vejamos que interessante! Um trabalhador comum que nunca frequentou a faculdade e veio se alfabetizar muito tardiamente, que trabalhava longas jornadas que podiam chegar a dezesseis horas, com horário muito apertados de lazer nos fins de semana. Não seria o camarada José Duarte o primeiro a ter direito de reclamar que não podia ser um militante comunista em razão da sua (verdadeira) “falta de tempo”? Pois bem, foi este trabalhador comum, sem faculdade e estudo, sem “tempo”, o mais destacado exemplo de militante herói do Partido Comunista do Brasil. Passou metade de sua vida na clandestinidade; fora preso trinta e seis vezes, passando dezessete anos de sua vida na cadeia; sofrera dezenas de torturas desumanas, bem como incontáveis sequestros e tentativas de fuzilamento. No final de sua vida, com mais de oitenta anos de idade e um sem número de problemas de saúde (sofrera derrames), vivendo com uma ajuda de custo inferior a um salário mínimo, José Duarte mantivera firmemente sua militância. Que banho de lições o camarada Duarte não dá para nossos universitários de classe média, que apesar de disporem dum largo tempo livre e condições de vida muito superiores às de um trabalhador braçal (que tem, além do mais, a preocupação de sustentar sua família), são os que mais reclamam da “falta de tempo” para assumirem tarefas políticas!

Peguemos um exemplo um pouco mais distante, da Rússia. Falemos do camarada Pianitzki, um dos milhões de heróis operários bolcheviques, fundamental para a vitória da Revolução de 1917, infelizmente pouco conhecido em nosso país. Escreveu uma importante autobiografia, “Rompendo a Noite – Memórias de um Bolchevique”, na qual fornece uma série de elementos para refletirmos sobre a questão de nossa letargia. Pianitzki, que nasceu na pequena cidade de Vilkomir, com apenas dezesseis anos saíra da casa dos pais para tornar-se independente financeiramente. Migrou para o distrito de Ponebeje e arrumou trabalho numa pequena fábrica têxtil, com apenas quinze operários. Ele menciona, em sua autobiografia, sobre o quão grande e impressionante era a “ignorância dos operários”, por trabalharem em jornadas de dezoito horas por dia, típicas dos períodos pré-industriais, e ainda assim ficarem muito satisfeitos apenas por estarem trabalhando. Dado que seu salário de menino era insuficiente para que alugasse um quarto, dormia na mesa do escritório de seu patrão, na própria fábrica. Porém, dado que seu chefe frequentemente tinha de lidar com papeladas e estudar a situação da empresa madrugadas adentro, o camarada Pianitzki dormia embaixo da mesa. E fora sob esta situação, trabalhando dezoito horas por dia, sem o mínimo tempo sequer para dormir e até mesmo sem uma cama, que entrara em contato com o movimento revolucionário. Seguindo em seus relatos, Pianitzki conta que era comum, na época, que os trabalhadores abandonassem seus postos de trabalho para comparecerem às imensas e combativas manifestações convocadas clandestinamente, ou que quando havia um boato de que passariam pelas cidades dirigentes revolucionários escoltados pela polícia, também deixavam o serviço para atacar a polícia e resgatar os camaradas presos. [2] Obviamente, esses atos de disposição e heroísmo não eram levados a cabo sem consequências muito graves, como prisões, assassinatos de dirigentes, deportações para a Sibéria e o exterior, etc. Pianitzki mesmo, ao desenvolver-se como dirigente bolchevique e cumprir sem hesitar as tarefas que lhe eram dadas pelo Partido, frequentemente era obrigado a deixar de comparecer por dias ao trabalho, o que acabou levando a demissões consecutivas, dificuldades para arranjar algum novo emprego e, consequentemente, muitos anos vivendo sob a miséria, fome e condições de vida extremamente difíceis. Nem mesmo tamanhas dificuldades tiraram ou fizeram Pianitzki se ausentar da luta revolucionária. É impressionante constatar que, na Rússia, houve comunistas que conduziram o trabalho revolucionário sob condições ainda mais difíceis que Pianitzki.

É importante darmos também exemplos de outros países da América Latina fora o nosso. O grande líder da guerra popular e da luta de libertação do povo da Nicarágua, Carlos Fonseca – principal fundador da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) – também é um dos exemplos que põe de lado a noção da “falta de tempo” para a militância. Mesmo vindo de uma família muito empobrecida, Fonseca desenvolveu sua consciência política não no movimento operário, mas no movimento estudantil, inicialmente como membro do Partido Socialista da Nicarágua (PSN) desde a década de 1950. Ganhou fama no movimento estudantil do Instituto Nacional de Matagalpa por seu comportamento rígido e disciplinado – quase asceta, conforme colocam diversos de seus biógrafos –, que frequentemente entrava em atrito com diversos companheiros seus que, utilizando também o pretexto de “falta de tempo”, deixavam de cumprir tarefas políticas ou de comparecer a reuniões para irem a festas. No final da década de 1950, Fonseca abandonou os estudos para se unir ao movimento revolucionário armado (completamente por fora do Partido Socialista com o qual Fonseca romperia anos depois) que buscava derrubar o ditador fantoche do imperialismo norte-americano Anastasio Somoza a partir de uma insurgência que se iniciaria na fronteira entre o norte da Nicarágua e o sul de Honduras. O pequeno destacamento armado insurgente do qual participava Fonseca terminaria surpreendido e emboscado pelas tropas da Guarda Nacional de Somoza, o que levou à morte a maioria dos guerrilheiros e feriu gravemente Fonseca e outros. Mesmo que quase tenha morrido na emboscada, este acontecimento, longe de “domesticar” a consciência revolucionária de Fonseca, tornou-a ainda mais radical. Ao saber disso, sua mãe repreendeu-o numa carta, na qual criticou-o por ser “irresponsável” e que, se tivesse ingressado na faculdade, na sua idade de então já seria um importante advogado, ao que ele a respondeu numa outra carta: “Já existem advogados demais na Nicarágua, mas poucos revolucionários. Por isso, serei revolucionário e não advogado.”

Poderíamos aqui citar mais centenas de exemplos para sustentar os seguintes pontos: 1) a resposta para entendermos o porquê da existência de certo imobilismo e letargia verificados nos membros e dirigentes dos movimentos de massas, e também em certa parcela de nosso povo, deve ser buscada, portanto, não na “falta de tempo” das pessoas para a luta política, mas nas próprias debilidades no terreno ideológico e programático que prevalecem nos movimentos, logo, a resposta não deveria ser “as pessoas não se dedicam porque não tem tempo”, mas ao contrário, deve-se recorrer à pergunta “o que faz as pessoas não dedicarem seu tempo à luta e à militância?”; 2) a separação entre a teoria socialista e o movimento operário de nosso país, que remonta principalmente à década de 1970, com a liquidação do Partido Comunista do Brasil (PC do Brasil), é o fator chave do qual deriva o primeiro ponto que citamos, como as debilidades de ordem político-ideológica, e a separação entre a teoria socialista e o movimento operário deve ser compreendida não só sentido deste não se apoderar da teoria socialista, como também sob o aspecto de que o setor que de forma geral se apropria da teoria socialista – a intelectualidade burguesa –, apropria-se na verdade das diversas formas de revisionismo.

Ponderações, mais reflexões e possíveis encaminhamentos práticos e teóricos

Para sustentarmos o posicionamento de que a falta de disposição política por parte dos militantes e certos setores das massas não reside na falta de tempo, como em geral se fala, recorremos a exemplos de disposição e heroísmo no seio do movimento comunista internacional em períodos nos quais, em tese, havia muito menos “tempo disponível” que nos dias de hoje. É possível falar em anacronismo, no caso da comparação, pelo fato de os três exemplos citados serem supostamente tão diferentes da realidade que vivemos hoje? Se há obviamente diferenças, em que termos diferem da realidade do proletariado e do povo brasileiros atualmente? Vejamos. Os três grandes dirigentes citados como exemplo, incluindo o dirigente do Partido Comunista do Brasil, não compartilham conosco um contexto de crise brutal do sistema capitalista, miséria e empobrecimento das massas, bem como uma insatisfação geral com o sistema político prevalente (ainda que manifestada de forma difusa, genérica)? Até mesmo se formos comparar em termos de repressão política, as condições para atualmente conduzirmos um trabalho agitativo e propagandístico entre as massas de forma aberta estão muito mais favoráveis que no Brasil dos anos 1920, na Rússia do início do século XX ou na Nicarágua somozista da década de 1950.

Apesar destas constatações, seríamos dogmáticos se não reconhecêssemos grandes diferenças entre as condições para a condução do trabalho político entre as massas nos períodos citados e nos dias de hoje. Um dos pontos importantes que podemos enfatizar é o papel do que se entende como “indústria cultural” na conformação da subjetividade de bilhões de seres humanos, o que inclui o povo brasileiro. Se é verdade que nos períodos citados já havia formas recorrentes de enganar e alienar da realidade concreta as massas trabalhadoras, como a religião, bebida, boatos, imprensa reacionária, dentre outros meios, em nossos tempos estes meios há muito existentes somam-se aos conglomerados mundiais que, a 24 horas por dia e sete dias por semana, em escala industrial, produzem e disseminam mundialmente, principalmente por meio da Internet e redes sociais, todo tipo de subculturas decadentes pequeno-burguesas que, aberta ou veladamente, promovem o individualismo, hedonismo, consumismo, anticomunismo, americanismo, globalismo, e outros valores que dificultam em muito a disseminação entre as massas de uma consciência revolucionária ou democrático-nacional. Podemos observar, no caso do nosso país, sobre como a própria difusão do neopentecostalismo é parte integrante da indústria cultural, disseminando-se também em escala industrial. Assim sendo, o papel da indústria cultural é algo a ser levado completamente em conta pelos comunistas e democratas em seu trabalho político. É importante para conduzirmos uma discussão a este respeito a leitura do artigo “Sobre a ofensiva cultural imperialista”, escrito pela camarada Julieta de Lima Sison.

Outro dos grandes obstáculos que se colocam diante dos revolucionários na luta para desenvolver entre as massas uma consciência política socialista ou nacional-democrática está na contrarrevolução permanente que vem se arrastando com mais vigor desde o ano de 1991, com a queda da União Soviética e dos países do bloco soviético do leste da Europa;

Obviamente, o fato de constatarmos que a falta de tempo disponível não justifica de nenhuma forma a ausência da luta política ou uma militância frouxa e disciplinada não significa que defendamos a ideia de ser possível, para um militante ou um conjunto de militantes, fazer absolutamente tudo, “dar um passo maior que a perna”. A questão fundamental para nós se apresenta no sentido de, para um revolucionário ou militante de massas, submeter e subordinar a vida pessoal às necessidades da luta popular, identificar e organizar corretamente aspectos de sua vida como trabalho, moradia, família, etc. para melhor servir à luta, e sempre lutar para cultivar e disseminar o espírito de sacrifício, devoção à revolução. De que maneira meu trabalho remunerado ou local de moradia podem servir à luta política? De que maneira minha própria rotina diária pode ser utilizada de maneira a contribuir de forma militante? Quais “brechas” do meu dia posso utilizar para leituras políticas?

Uma outra forma possível de resolver o problema da “falta de tempo” poderia ser, por exemplo, pensar acerca de formas de profissionalizar um determinado número de militantes, por menor que seja, que não tenham outra ocupação que não o trabalho político. É certo que esta medida esbarra em duas dificuldades principais, quer dizer, encontrar pessoas muito convictas que estejam dispostas a se profissionalizar (dado que a luta política exige um trabalho muito persistente, e os militantes profissionais apenas podem ter condições de vida extremamente modestas), e na falta de recursos financeiros dos grupos militantes, mas que ainda assim deve ser levada em conta como meio para a resolução do problema. No próprio “O que fazer?”, Lênin mostra como os economicistas sustentavam que os operários, em virtude de trabalharem mais de 11 horas diárias nas fábricas, não tinham condição de cumprir mais que o papel de agitadores, argumento ao qual ele respondia colocando que se um operário se mostra talentoso e disposto para ser um agitador das massas e cumpre um papel importante na luta, ele não deve trabalhar 11 horas por dia na fábrica, e deve viver por conta do coletivo para que cumpra seu papel como revolucionário.

Questão também a ser levada em conta é como resolver o problema de socorrer companheiros e companheiras que passem por situação de fragilidade financeira ou familiar. Num país que passa por uma crise profundíssima de seu capitalismo burocrático, onde persiste e se agrava o fenômeno do desemprego e semidesemprego em massa, pior ainda entre a juventude trabalhadora, certamente já nos deparamos com situações nas quais a dedicação às tarefas militantes é entravada por conta da necessidade de se deixar currículos todos os dias nas empresas ou de recorrer a formas muito precárias de fonte de renda como comércio informal, serviços de longa jornada e muito mal remunerados, falta de dinheiro até mesmo para apanharem um transporte público até os locais de reunião, etc. Neste caso, tratando-se da juventude ou não, podemos utilizar como exemplo a própria NOVACULTURA.info, que para prestar ajuda aos companheiros que passam por fragilidades financeiras, reparte com estes os lucros nas vendas dos livros em bancas ou eventos, permitindo a estes companheiros que não apenas cumpram seu dever militante de divulgar a literatura revolucionária como, também, consigam uma fonte de renda, ainda que extremamente limitada, para contribuir com as contas das respectivas famílias. Os movimentos de massas de luta pela terra no campo e na cidade, aparentemente, têm conseguido resolver bem este problema. É de se impressionar como muitas mães solteiras, que cuidam sozinhas de seus filhos – contrariamente à narrativa pequeno-burguesa da “falta de tempo” –, têm assumido uma posição de linha frente na luta pela terra. É também admirável que nos movimentos de massas muitos companheiros e companheiras solteiros ou sem filhos estejam se especializando nos cuidados das crianças para aliviar o ônus das mães solteiras e criar mais facilidades para que estas assumam mais responsabilidades na luta popular.

Para que tais noções fiquem mais claras para nós, é importante que façamos também leituras para tirarmos de nossas cabeças a ideia errada segundo a qual a revolução não pode triunfar em países onde as pessoas trabalham demais (ao contrário, triunfaram justo nos países onde as pessoas trabalhavam muito e eram tremendamente exploradas).

A grande obra literária de Gorki, “A mãe”, conta de forma realista e nunca romantizada sobre como a classe operária russa foi mobilizada para a luta revolucionária bolchevique, sobre como milhões de operários atravessando um sem número de dificuldades e sem acesso a estudos primário se tornaram os maiores intelectuais revolucionários capazes de debater os problemas políticos e econômicos mais complexos. “Rompendo a noite – Memórias de um bolchevique”, escrita pelo velho bolchevique Pianitzki, também é uma leitura necessária para compreendermos a questão do heroísmo e do espírito de sacrifício, sobre como um conjunto de homens e mulheres combatentes abriram mão de tudo para se dedicarem à grande causa da libertação da humanidade trabalhadora, superando todo tipo de dificuldades inimagináveis para nossa geração de jovens revolucionários brasileiros que viveu, até há poucos anos, sob condições de um desenvolvimento pacífico ou semi-pacífico da luta de classes. Livros como “A montanha é algo mais que uma imensa estepe verde”, escrito pelo dirigente da FSLN Omar Cabezas, e “Carlos Fonseca e a Revolução Nicaraguense”, de Marta Zimmermann, tratam sobre as minúcias e o dia-a-dia da construção da guerra popular na Nicarágua, até mesmo em termos de anedotas, falando inclusive sobre debilidades de lá, durante os anos 1960 e 1970, e se repetem frequentemente aqui na militância de nosso país. Por último, é muito importante o estudo do livro “José Duarte – Um maquinista da História”, que trata da vida de lutas e combates deste histórico dirigente do Partido Comunista do Brasil, sobre como um grande homem dedicou o precioso tempo de toda sua vida à causa revolucionária do povo brasileiro.

Notas

[1] Já dizia um conhecido dirigente comunista que a teoria se torna uma força material quando se apodera das massas.

[2] Nas polêmicas travadas na época com a corrente conhecida como “economicismo”, Lênin em “O que fazer?” tratava das indagações destes que sustentavam que os operários tinham disposição apenas para se envolverem em lutas pelas melhorias de suas condições imediatas de vida (isto é, por aumentos salariais, melhorias na legislação trabalhista, etc.), não tendo nenhum interesse em conduzirem lutas que “não prometessem resultados plausíveis”. Lênin respondia citando o exemplo da luta dos operários russos, nos anos 1900-1901, contra o recrutamento forçado dos estudantes para o exército czarista, sobre como aqueles responderam empolgadamente ao chamado dos bolcheviques para que deixassem seus postos de trabalho e atacassem os soldados do exército czarista que estavam invadindo as universidades, luta esta que na época deu origem a um grande movimento de massas que uniu estudantes e operários na luta contra o regime czarista. Ainda que tenha sido uma luta que não gerou quaisquer “resultados plausíveis” como aumentos salariais, certamente os operários russos da época agiram com muito mais interesse, seriedade e disciplina ao chamado dos bolcheviques para saírem em defesa dos estudantes do que hoje agem os operários brasileiros com desdém diante dos chamados das centrais sindicais pelegas que falam na eterna “luta por direitos” que, mesmo prometendo “resultados plausíveis e para agora”, muitas vezes não mobilizam as massas sequer minimamente.


LINK:

https://www.novacultura.info/post/2022/07/07/a-falta-de-tempo-justifica-uma-militancia-frouxa-e-indisciplinada?cid=d8f1a222-817c-4381-8f05-847b3b5eb8ea&utm_campaign=a7401c14-e8c9-4331-8111-f4ab20bf6277&utm_medium=mail&utm_source=so