Dez brasileiros entre os 100
melhores educadores populares do mundo são homenageados em evento do FSM no Nepal
Por HÉLIDA KRIGGER, de Katmandu / Nepal.
Ativistas brasileiros estão entre os
melhores do mundo em educação popular e formação política. Todos professores e ativistas do PT, PSB. PSOL e igrejas.
Agência Mídia Sem
Fronteiras / 19.02.23 – HK: Reunidos
em Katmandu, capital do Nepal entre os dias 15 e 19 de fevereiro para debater
vários assuntos ligados á geopolítica mundial com uma grande diversidade de
temas, onde predominou assembleias sobre clima e meio ambiente, violência
policial e direitos humanos, educação popular e formação política e feminismo e
feminicidio, mais de mil e duzentas organizações populares e movimentos sociais
de aproximadamente cem (100) países realizaram um dos mais empolgante Fórum
Social Mundial já realizado após alguns anos de estagnação do mesmo.
Diversas oficinas temáticas
aconteceram com a participação de centenas de militantes sociais, educadores
populares e ativistas pelos direitos humanos, o meio ambiente, a paz mundial,
contra a intolerância religiosa e a violência policial no mundo. A questão
climática e o meio ambiente predominaram durante todo o Fórum, mas dois outros
temas se destacaram pelo grande número de oficinas e a oportunidade de se
realizarem assembleias e encontro entre militantes sociais de todos os países
presentes. Foi o caso dos direitos humanos e da educação popular.
Mais de cem organizações entre escolas de
formação política e educadores populares, fundações culturais e partidárias,
agências de financiamentos e ONGs de mais de noventa países aproveitaram a
oportunidade e promoveram um Encontro Internacional de Escolas de
Formação, Universidades Populares e Educadores Sociais por uma Cultura de Paz, articulado
por dezenas de entidades latino americanas e africanas presentes ao evento. Foi
um evento auto-gestionário com ampla participação popular e de especialistas.
Detentoras de mais de quase bilhão
de dólares em recursos assistenciais e educacionais, culturais e científicos, estas
fundações e agências fizeram uma avaliação do que tem sido até hoje os
encaminhamentos como formas de financiamento e o desenvolvimento dos trabalhos
sociais e de assistência, culturais e educacionais na África, Ásia e América
Latina principalmente, regiões onde se desenvolvem os respectivos projetos por
elas financiadas. Debateram por outro lado novas formas de financiamento e propuseram
a mudança de regras para alocação de recursos nestes países considerados ainda
do terceiro mundo. Após suas oficinas promoveram o Encontro que reuniu mais de
duzentos representantes, dirigentes e militantes dessas organizações,
principalmente escolas de formação ligadas ao projeto das universidades
populares.
O Encontro Internacional de Escolas
de Formação, Universidades Populares e Educadores Sociais por uma Cultura da
Paz reuniu um grande número d especialistas da área, com militantes de
todos os continentes e foi deliberado
pelo fortalecimento da política de educação popular na América Latina e
na África e ao final foram
escolhidos
os cem (100) melhores educadores populares do mundo, como uma forma de
incentivar a educação popular e a formação política como também o reconhecimento
do trabalho de política de base e formação cidadã nestes países. Outro aspecto
desse encontro foi o incentivo ao projeto de organização de universidades
populares pelo mundo, especialmente na América Latina e África onde serão
aumentados os investimentos.
Dentre os cem (100) melhores
educadores sociais e populares do mundo estão trinta e seis (36) latino
americanos, quatorze (14) europeus, vinte e um (21) africanos, quatro (04)
árabes-palestinos, vinte e cinco (25) asiáticos. Dentre os latino americanos
estão dez (10) brasileiros que se destacaram nos últimos dez anos na área de
formação política e defesa de teses na área de Educação Popular, segundo
informaram alguns dos organizadores do evento, dentre estes, Carlos Delgado, Diretor
da Escola
Internacional de Formação Política, com sede em SP capital, outra em no
México, e uma em Luanda, Angola, pertencentes a uma rede de universidades
populares, e Javier Galhardo, do Centro Latino Americano de Educação Popular,
com sede em Lima no Peru. Outro representante brasileiro no encontro foi Altamiro
Afonso Lima, da Rede Afro-brasileira de Educação Popular - e a argentina Lorena
Sanches Caballero, do Centro Pedagógico Universidade Popular da
Argentina.
Segundo Miro Luís de Carvalho,
Diretor de Formação do Justiça Sem Fronteiras, com sede no
RJ, Brasil, também em Caracas, Venezuela e em Johanesburgo, África do Sul os dez
(10) brasileiros escolhidos no respectiva econtro e considerados dentre os cem
melhores do mundo e, portanto, os melhores do Brasil são respectivamente: Ademar Bogo, filosofo e doutor em
educação, professor universitário na Bahia, com vários livros publicados sobre
o tema educação popular e conferencista dos mais solicitados no Brasil; Adelar Pizetta, pedagogo com doutorado
em Educação Popular e professor universitário no Espirito Santo, também com
vários livros publicados e diversas conferencias realizadas; Ranulfo Peloso, teólogo e filosofo,
educador popular e sindicalista brasileiro; os três militantes de base e
professores da Escola Nacional Florestan Fernandes do MST e simpatizantes do PT;
o quarto nome é do economista, historiador e educador popular Acilino Ribeiro, advogado de movimentos
sociais e professor universitário, pós graduado em História Política; Geopolítica
e Relações Internacionais; Teologia Política e História das Religiões,
Inteligência Estratégica e Segurança Cidadã, em Economia Política Internacional
é também dirigente nacional do PSB e tem diversas obras publicadas sobre
educação popular e formação política.
Os outros brasileiros homenageados
no respectivo evento realizado durante o FSM por seus trabalhos na área de
educação popular e formação política são: Frei
Beto e Leonardo Boff, sacerdotes, teólogos e históricos ativistas pelos
direitos humanos, pregadores da Teologia da Libertação e foram considerados
referencias mundiais por proposta dos ativistas presentes como EDUCADORES DO MUNDO. Gilberto Carvalho e Pedro Pontual,
também considerados referencias na área receberam a mesma honraria de Frei Beto
e Leonardo Boff, como referencias internacionais na área de educação popular e
formação política da sociedade. Gilberto Carvalho é ex-ministro chefe da
Secretaria Geral da Presidência da República, ex-diretor de formação política
do PT e atualmente Secretário Nacional de Economia Solidária do Governo Lula.
Pedro Pontual considerado um dos maiores especialistas em educação no mundo, é
Doutor em Psicologia e Educação pela PUC-SP, com especialização em processo
educativo ligado a organizações sociais e orçamento participativo. Atualmente é
Diretor de Educação Popular da Secretaria Geral da Presidência da República. E
fechando a lista dos dez melhores do Brasil os participantes do FSM presentes
no Encontro Auto-gestionário por uma Educação Política e Popular foram os
pastores Ariovaldo Ramos, é teólogo,
pastor, professor e coordenador da Frente de Evangélicos pelo Estado de
Direito. Estudioso de Filosofia desenvolve amplo programa de formação de
lideranças. Henrique Vieira. É pastor, com formação em Teologia, historiador,
sociólogo, e tem uma larga tradição de luta como educador popular e na área de
organização social. Atualmente é deputado federal pelo PSOL do RJ.
Segundo Altamiro Afonso Lima, os
organizadores do evento entrarão em contato com os dez escolhidos para
informa-los do agraciamento e homenageá-los pela escolha, que mesmo considerado
uma homenagem simbólica através de um ato auto organizativo dentro do FSM é de alta relevância pela contribuição
histórica deles para com a humanidade na área de formação política, educação
popular e organização de base. Informou ainda que os critérios para a escolha
de nomes para estar entre os melhores do mundo são muito rígidos e abrange
desde uma consulta a atuação ética e moral dos selecionados em suas atividades até
a publicação de livros e textos, realização de palestras, debates e
conferencias pelo mundo que influenciem as massas como formadores de opinião,
ativismo político, social e partidário e pesquisas em redes sociais mostrando o
trabalho realizado pelos mesmo em todo o mundo.
Durante os quatro dias do FSM, os participantes debateram além da
questão da Educação, Cultura, Desigualdade Econômica, Discriminação das
Minorias, Uso da Terra, Soberania Alimentar, Saúde, Habitação, Paz, Conflito,
Guerra, Ocupações, Deslocamentos e Segurança, Movimentos Sociais, Espaço Cívico
e o Futuro do Fórum Social Mundial; dentre outros temas. Os primeiros três dias foram focados no
compartilhamento de informações, intercomunicação e construção de alianças, por
meio dos painéis temáticos, fóruns, assembleias e atividades auto organizadas.
Ao termino do Encontro dos educadores populares foi criado por sugestão
de organizações africanas e latino-americanas o Fórum Internacional de Escolas
de Formação Política e Educação Popular para atuar de forma permanente e como
facilitador e de integração e articulação destas.
O último dia, hoje, 19 de fevereiro, está sendo formulado um documento sistematizado
que reúne o consenso dos participantes e suas sugestões.
Agência Mídia Sem
Fronteiras / 19.02.23 – HK: